Moda Sustentável: falar sobre o assunto ainda é importante

Quando se fala sobre moda sustentável, é preciso lembrar o impacto da indústria têxtil no mundo e no meio ambiente. Globalmente, são produzidas 150 bilhões de peças de roupa, sendo que 30% delas nunca serão vendidas e mais da metade dos resíduos (73%) são incinerados ou jogados em aterros. Para ter uma dimensão do que esse número representa: é como se um caminhão de lixo de roupas fosse descartado e queimado por segundo.

Indústria téxtil no Brasil

A indústria brasileira, mesmo após uma série de crises internacionais, incluindo a pandemia da Covid-19, está entre as quatro maiores produtoras mundiais de malha. Além disso, é a maior cadeia têxtil completa do ocidente (da produção dos fios a tecelagem ou malharia, acabamentos, distribuição e comercialização), segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção (Abit).

Os números são impressionantes: o Brasil produz 9 bilhões de peças por ano. Apenas em São Paulo, na região do Brás, há um descarte de 16 caminhões de lixo têxtil (ou seja, restos de tecido) por dia – dados da pesquisa realizada pelo Instituto Modefica em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Mercado de trabalho

Por essa indústria ser a segunda maior geradora de empregos do país, falar de sustentabilidade também é falar das pessoas envolvidas no processo de criação e produção. Em meio à denúncias de grandes fast fashions que pagam aos funcionários menos de um centavo de dólar por peça, retém salários ou mantém jornadas de até 18 horas de trabalho, falar sobre moda sustentável é olhar para as pequenas marcas autorais e para a forma como nos relacionamos com a moda.

Convidamos Sara Acauan e Patricia Robortella, das marcas paulistanas participantes do Pop Plus Transa55Fruta Pão respectivamente, para falar sobre produção de moda sustentável:

Sara explica que pensar em sustentabilidade é pensar tanto no ambiental como no social. “Temos que considerar os materiais, tecidos e aviamentos, mas também quem está trabalhando para as peças ficarem prontas”.

moda sustentável
Sara Acauan, Transa55

“Sabemos que a mão de obra análoga à escravidão ainda é uma realidade em muitos países, dentre os quais o Brasil. O mínimo que uma marca responsável precisa fazer é se certificar de que suas roupas são feitas por pessoas bem remuneradas e que trabalham com liberdade e dignidade”, completa Patrícia Robortella.

Moda Sustentável
Patricia Robortella, fruta Pão

Práticas sustentáveis

As duas empreendedoras concordam sobre a dificuldade de se ter uma marca 100% sustentável, mas acreditam que é importante buscar aplicar práticas sustentáveis na maior quantidade de processos envolvidos possível. Para Sara, “pensar no design e inclusão de corpos e gêneros também é considerado sustentável. Eu me preocupo com a matéria prima escolhida, trabalho com cooperativas e posso ver que o trabalho desenvolvido está de acordo com os valores da marca. Uma coisa é dizer que é sustentável, outra é como você mostra isso no seu trabalho”, explica.

Veridiana, Transa55

Patrícia conta que a Fruta Pão já nasceu com um propósito ambiental. “Nossa produção é feita em parceria e apoio a pequenos empreendedores ou oficinas de costura, usamos reaproveitamento de cortes de pequenos tecidos descartados, damos preferência para tecidos naturais ou de material reciclado”, lista como exemplos.

Fruta Pão

Diálogo entre consumidor e produtor

Patricia também defende que marcas slow fashion são mais próximas das consumidoras e, por isso, é possível exigir maior transparência do que se compra. “Este diálogo é importante, é a proximidade entre marca e consumidor que vai mostrar quais marcas querem realmente fazer a diferença no mercado e quais apenas usam essa bandeira como fachada, sendo parte do problema”, pontua.

“Ser slow fashion beneficia? Sim. Mas também estar próximo das marcas para entender se elas pagam bem os envolvidos, de onde vem a matéria prima e se é responsável, como são feitas as escolhas dos aviamentos… Nós precisamos estar de olho e cobrar que esse trabalho seja mostrado”, defende Sara.

Drapô, marca agênero e sustentável

O Pop Plus traz uma variedade de marcas slow fashion, autorais e sustentáveis que querem fazer a diferença no mercado da moda sustentável plus size, além de trazer nas feiras uma seleção de brechós, que tem papel importante ao pensar sobre sustentabilidade.

 

Siga a gente: instagram.com/popplusbr para conhecer as marcas participantes!

🔊 Pop Plus # 32 – 10 anos
Quando: 10 e 11 de dezembro, sábado e domingo, das 11h às 20h
Onde: Av. Paulista, 735 (Club Homs – Metrô Brigadeiro – Linha Verde)
Quanto: ENTRADA GRATUITA (sem inscrição, evento de varejo)
Evento: https://bit.ly/popplus32 (link na bio)

📲 Site: www.popplus.com.br
Instagram/Twitter/Facebook: @popplusbr
YouTube/Pinterest: /popplus

💡 Idealização e curadoria: @cenapop
Produção: @artshineeventos
Arte: @barneditorial

Guia de Compras: Moda plus size para festivais de música 5 marcas inéditas no Pop Plus de setembro! Semana de Moda de Copenhage apresenta tendências para o verão 2025 Pop Plus Indica: Atletas para acompanhar e torcer nas Olimpíadas Guia de Compras: Pantalona plus size 15 inspirações de looks plus size 8 itens que foram sucesso de vendas na edição de junho do Pop Plus! Guia de Compras: Inverno plus size com estilo Marcas plus size com tamanhos acima do 60 Guia de compras: Marrom é a cor da vez!