Quantas pessoas gordas já optaram por não irem a festas, ou aceitaram usar roupas que não eram confortáveis por não encontrar uma modelagem adequada ao seu corpo, e acabaram não aproveitando momentos importantes? Jelly Maciel, criadora do ateliê que leva seu nome e produz moda festa para pessoas gordas há 15 anos, decidiu entrar no ramo plus size por enfrentar esse problema.
Nascida e criada em São Paulo, a empreendedora de 35 anos conta que a moda sempre esteve presente em sua vida. “Sou costureira desde sempre. Trabalho com costura há 25 anos porque cresci com minha mãe nesse ramo. A marca surgiu organicamente, pois mesmo trabalhando em confecções sentia falta de alguns tipos de roupas para mim”.
MODA FESTA PLUS SIZE: UMA NECESSIDADE
Maciel conta que não precisou “descobrir” o mercado plus size porque ele sempre foi parte da sua vida, mesmo que ela não entendesse. Cresceu como uma criança grande e gorda, que gostava de um visual alternativo e por isso passou a fazer suas próprias roupas. Mais tarde, sua primeira lojinha foi em uma comunidade do Orkut.
No entanto, foi mais recentemente que abriu os olhos para o mercado. “Vou me casar e decidi que queria ter a experiência completa de noiva, ir a lojas e experimentar vestidos para escolher que noiva eu queria ser. Quando ligava para as lojas, todas diziam que tinham meu tamanho disponível, mas na verdade o que eles tinham era um tamanho de uma grade padrão e eu teria que escolher entre essas opções e mandar fazer pra mim, sem poder experimentar. Fiquei muito brava”, desabafa.
Foi assim decidiu que queria proporcionar o poder de escolha para outras mulheres. Apesar de produzir qualquer peça sob demanda, geralmente os pedidos que chegavam até ela eram de vestidos e peças para festa. Agora ela dedica tempo para ir atrás de informação e atualizações e ser autoridade no mercado de moda festa. “Não existe uma variedade na moda festa plus size. Existe a ideia de que o corpo gordo só fica bem em um determinado corte e ele é feito repetidamente. É isso que quero mudar”, explica.
LANÇAMENTO NO POP PLUS
“Ganhei muitas clientes e amigas no Pop Plus e o sentimento é o de voltar pra casa”, conta Jelly Maciel, que estará com sua nova coleção na edição de setembro da feira.
“Eu vejo o Instagram de diversas marcas que até tem uma modelo plus size, mas a peça não está disponível na loja física. Não existe melhora no mercado, e quero que as pessoas possam decidir no meu ateliê o que elas querem no corpo delas. Gosto de ser um ateliê, de proporcionar esse atendimento humanizado”, declara.
Para essa coleção, Jelly conta que é preciso que as pessoas tenham consciência do processo envolvido na criação de cada peça. “Tecnicamente, os tecidos são fabricados com uma margem padrão de largura, de 1,5m. Posso comprar quanto precisar de comprimento, mas não de largura. Quando temos uma modelagem maior, é preciso fazer emendas, comprar o dobro do tecido e isso vai gerar sobras que não consigo reutilizar para nada. Em moda festa, com tules, rendas e detalhes, os custos são ainda maiores para não perder a qualidade”.
Mesmo com essas dificuldades, a empreendedora lembra que todas as pessoas são seres humanos com vidas sociais e que pessoas gordas merecem ser lembrados nesse momento. “Estamos falando em numerações acima do 60. Quero que essa menina se olhe no espelho e decida se gosta da peça ou não. Quero que elas tenham o poder de escolha”, afirma Jelly.
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Gostou de conhecer o ateliê Jelly Maciel e sua história? Siga o ateliê no Instagram e venha visitar essa e outras marcas no Pop Plus:
Pop Plus # 31 – Primavera/Verão
Quando: 3 e 4 de setembro, sábado e domingo, das 11h às 20h
Onde: Club Homs – Av. Paulista, 735 (Metrô Brigadeiro – Linha Verde)
Quanto: ENTRADA GRATUITA (sem inscrição, evento de varejo)
Instagram/Twitter/Facebook: @popplusbr
YouTube/Pinterest: /popplus
Idealização e curadoria: @cenapop
Produção: @artshineeventos
Arte: @barneditorial
