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Diário de Quarentena: Raquel Rodrigues – dançarina e professora de dança do ventre

Toda semana vamos publicar textos de influenciadoras convidadas que contarão como estão passando o período de quarentena. Nesta semana recebemos o texto de Raquel Rodrigues, que se apresentou no Pop Plus inúmeras vezes com dança do ventre:

Estou há pouco mais de um mês em isolamento social e desde que começou a quarentena no Estado de São Paulo já vivi altos e baixos e um milhão de sentimentos. Acredito que muitos deles são compartilhados pela maioria, tais como medo, insegurança e ansiedade, são sentimentos já vivenciados antes, mas que estão potencializados no momento atual.

Esta potencialização de sentimentos me levou a experimentar rotinas variadas e me fez compreender que eu só conseguiria sair da inércia me readaptando e criando uma rotina em que pudesse contemplar trabalho, família, bem-estar e saúde mental. Falando assim parece fácil né? Mas a verdade é que ainda sigo tentando e me readaptando.

Antes do Covid19 meu trabalho se dividia em três pilares: o escritório, as aulas de Dança do Ventre e as redes sociais. Minha rotina era cheia (e um pouco tumultuada, confesso), mas estava longe de ser perfeita e produtiva o suficiente; eu me dividia entre várias coisas, mas sentia dificuldades em manter o foco, além de sentir o peso exaustivo da sobrecarga.

E é aí que entra o primeiro ponto positivo deste momento de isolamento que estamos vivendo em meio à pandemia: TEMPO! A verdade é que a gente nunca pode se dar ao luxo de “tirar um tempo” pra fazer qualquer coisa, vivíamos um nível tal de imediatismo e produtividade a mil que “dar um tempo” soava como um retrocesso.

Fomos obrigados a desacelerar, a reorganizar nossas prioridades e começar a olhar pra dentro, pra só então organizar aqui fora e sim, surgiram mil frases prontas e motivacionais sobre isso, mas elas nunca fizeram tanto sentido.

Produtividade – eis o maior paradoxo dessa quarentena. O que é ser produtivo num momento como este? É fazer cursos, assistir todas as lives, arrumar a casa, os armários, é fazer home office, inovar na forma de abordar o cliente, é reinventar o seu negócio, mudar de ramo, é aprender a fazer pão, um novo idioma, ler muitos livros, fazer Yoga, Dança, Meditação?

A sobrecarga de informações a que fomos expostos em relação ao Coronavírus e consequentemente às formas de enfrentá-lo nos fez acreditar que só estaríamos “corretamente isolados” se estivéssemos produzindo o suficiente e consumindo informação.

Este foi de longe o maior problema que enfrentei quando começou a Quarentena, pois a necessidade de me adaptar e a oferta de tantas coisas atrativas não me ajudou a manter o foco – mais uma vez eu quis abraçar o mundo. Só que desta vez, da sala de casa. O reflexo da falta de planejamento e de rotina veio em forma de insônia, ansiedade, pânico e oscilações de humor.

Algumas atitudes ajudaram a manter a minha sanidade neste período e a primeira de todas foi compreender que a readaptação é diária. Portanto, nem sempre o que valeu para o dia de hoje vai valer para amanhã. Digo isso pois estou me permitindo ser e estar, sentir e viver aquilo que estou sentindo, como uma forma de me conhecer melhor.

A segunda coisa que compreendi é que seria impossível ter uma rotina organizada se eu mesma não a fizesse e por isso comecei a fazer listas. Faço listas diárias sobre as atividades que pretendo desenvolver ao longo do dia. Nelas incluo sempre algo relacionado ao meu trabalho, à organização e higiene da casa, alimentação, bem estar e auto cuidado. Faço listas que refletem a minha realidade e sou sincera a ponto de colocar nelas apenas o suficiente para fazer naquele dia.

 

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Desta forma não me sobrecarrego e evito aquele sentimento de impotência e fracasso no final do dia, que são sempre um ótimo gatilho para procrastinar. Também parei de consumir notícias em excesso sobre a pandemia, me informo apenas nos canais oficiais e tento me blindar dos comentários de ódio e fake news.

Esta é uma atitude que tomei pela minha saúde mental, além de dedicar alguns dias e horários para leitura, produção de conteúdo, skincare, culinária e o que mais me der vontade. E por fim, evito completamente passar o dia de pijamas, pois pra mim não funciona, meu corpo entende que pode dormir e eu passo o dia todo preguiçosa. Acordar, fazer minha lista de tarefas diárias e me arrumar para o que planejei é o que me ajuda a não fracassar e conseguir aos poucos criar uma rotina saudável e feliz.

Nesta Quarentena, além da Dança do Ventre, me arrisquei em novas práticas como Yoga e Meditação e são coisas que pretendo levar comigo após este período de isolamento. Foram coisas que me ajudaram a aceitar o momento atual e a falta de contato com minhas alunas de Dança.

Muito embora eu tenha me adaptado rapidamente às aulas online, ainda sinto necessidade desse contato, pois a Dança me move em muitos aspectos e senti uma grande limitação criativa quando tive que me afastar.

Por isso me inscrevi em cursos online relacionados à Dança para que eu pudesse preencher esta ausência com conteúdos novos e evoluir no âmbito pessoal e profissional. Isso tem me ajudado muito pois me permite ter novas vivências e agregar conhecimento.

Busco me exercitar com frequência e faço o que gosto, pois libera endorfina, me acalma, me deixa feliz e equilibra minhas emoções. A Dança tem um grande poder de cura na minha vida e na vida de muitas pessoas, mas isso talvez seja assunto para outro dia.

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O importante é que você tome este tempo para si e descubra algo que goste e que faça seu corpo feliz. É o momento de criar bons hábitos que você poderá carregar consigo após o período de pandemia, não porque se acostumou, mas porque é algo realmente capaz de te fazer alguém melhor.

Antes desta pandemia não tínhamos acesso a experimentar tantas práticas e modalidades diferentes. Este talvez sejam um dos pontos mais positivos de todo este caos: a onda de acolhimento, generosidade e empatia que circula nas redes sociais já mudou, para sempre, a forma da gente se relacionar com o outro e com nós mesmos.

A nossa vida não será mais a mesma e isso é bom. Se eu pudesse dizer uma coisa com toda a certeza é que isso tudo vai passar! Por isso se cuidem, respeitem o seu tempo, suas limitações e vontades. Se precisar, peça ajuda, seja paciente, se permita experimentar coisas novas e sobretudo, não se comparem – se inspirem, você já está dando o seu melhor.

Rachel Rodrigues é bailarina e professora de dança do ventre. Siga ela no instagram: @kell_dv

 

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