Por Cecília Oliveira
A paulista Marina Vergueiro é poeta jornalista, palestrante HIV+, ativista da educação afetiva, sexual e da luta antigordofobia. Sua potente poesia fala sobre amores, machismo e saudades
Trecho do poema "Saindo do Armário" publicado em 2020 no livro EXPOSTA
“A poesia sempre esteve muito presente na minha família, sempre teve muitos artistas circulando no meu ambiente familiar e sempre fui presenteada com livros e sempre fui muito incentivada a expressar minha criatividade”.
“O dia que eu tomei coragem para imprimir meus poemas num livro foi o dia em que eu rompi o estigma do HIV que me escravizava e falei abertamente sobre minha sorologia. Esse foi um dos dias mais libertadores da minha vida. Quando rompemos o silêncio, os versos, as imagens e os sons brotam como água de cachoeira”.
“Minha rede de apoio me permitiu abrir para o mundo a minha sorologia, ter forças para que a potência da minha mensagem fosse maior do que o medo. Infelizmente, por conta do estigma e do preconceito, muitas pessoas ainda carregam uma culpa em relação à sua sorologia.”
“Eu faço poesia de sobrevivência, porque não sei escrever sobre outra coisa que não sejam os sentimentos que me atravessam, sejam eles amores, indignações, medos…”
“Após 40 anos, ainda é preciso falar sobre HIV/Aids, pois poucas pessoas sabem o que é prevenção combinada, para além do uso da camisinha peniana. Precisamos lutar para que homens trans e mulheres cis sejam incluídes na Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)”