As feiras de moda plus size têm se apresentado como espaços de resistência e fortalecimento das lutas antigordofobia e pela democratização na moda. A Fat Fair Curitiba, maior feira plus size do estado do Paraná, acontece neste domingo, 4 de junho, pela primeira vez pós pandemia.
Carolina Lippmann, 37, é analista de Marketing e começou a trabalhar com o mercado plus size em 2015, através de um blog que criou, na época, para fortalecer o segmento e criar conexões com outras pessoas que como ela, não encontravam roupas plus size acessíveis. Inspirada pelo Pop Plus, criou a Fat Fair Curitiba em 2018.
MERCADO DE MODA NO PARANÁ
Para Carolina, o cenário da moda plus size no Paraná ainda é escasso, especialmente se tratando de moda autoral: “Temos poucas lojas e as que temos, são de revenda. Quero trazer moda plus size de outros estados para que as pessoas possam conhecer de perto”.
Ela também conta que, ainda que haja um movimento de militância gorda no estado, ele não é tão forte e unido quanto as ações que se veem em São Paulo e Rio de Janeiro.
Além disso, o cenário pós pandemia trouxe, para ela, o sentimento de uma dificuldade maior em relação à receptividade das marcas de moda plus size: “Há um receio do investimento em feiras devido à grande movimentação de compras online em sites estrangeiros. Não pretendo desistir e acredito que aqui no Paraná ainda precisamos muito de espaços para tocar as roupas, experimentar, sentir os tecidos… Então é uma grande conquista poder dar esse acesso para as pessoas. Quero que a moda seja acolhedora para pessoas gordas”.
A FAT FAIR CURITIBA
Segundo Carolina, o Paraná tem muita demanda e poucas marcas que contemplam pessoas gordas, por isso a necessidade de uma feira plus size em Curitiba. “Em média, 26 marcas participam da feira e procuramos trazer de tudo, como lingerie, moda praia, casual, festa, fitness, feminina e masculina”, explica.
Ela conta que na feira também há foodtrucks, atrações de dança e bate-papos, tudo pensando para que o público se sinta a vontade em passar o dia no espaço: “Na primeira edição tivemos um público de 1200 pessoas e para essa, a meta é alcançar 1500. Queremos fazer duas vezes ao ano, com coleções de inverno e de verão”.
Lippmann aponta que, apesar de o mercado interno mostrar dificuldades por conta de e-commerces estrangeiros, ela acredita no poder da moda autoral e da venda física: “A primeira edição já foi marcante, ver o sorriso das pessoas encontrando roupas em um lugar especialmente pensado para elas é incrível”.
EXPECTATIVAS PARA O FUTURO
Carol aposta na curadoria que fizeram para que a próxima edição, que será a terceira, seja um sucesso: “Será um termômetro pós pandemia. Se o público aderir, ainda esse ano teremos mais uma!”
Em relação ao mercado de moda plus size, a empreendedora acredita que o cenário evoluiu nos últimos anos, mas que ainda há muito para fazer e construir. “Ainda não encontramos tudo com facilidade, como botas de cano longo, pijamas e artigos esportivos”, diz ela, que vê a existência das feiras como um meio de fortalecer o mercado e entregar o melhor para pessoas gordas: “Nós vamos continuar existindo sempre”.
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