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Professor de educação física fala sobre representatividade gorda no esporte

O acesso de pessoas gordas à prática de atividades físicas e esportes tem sido um assunto de debates no Pop Plus. Se já é excludente para quem pratica, para professores a carga de preconceito é ainda maior. Quem nos conta da dificuldade de conseguir trabalhos nessa área tendo um corpo considerado fora do padrão é o paulistano Sansley Suyama, 35. Ele é formado em Educação Física e dá aulas de natação – que pratica desde a infância – há quase dez anos.

Sans, como prefere ser chamado, conta que sempre praticou esportes, mesmo sendo uma pessoa gorda. Ele explica que, para ele, isso nunca foi um problema: “Fiz aulas de lutas diversas, futebol e natação. Sempre gostei das aulas de Educação Física na escola e dizia que era com o que eu queria trabalhar”.

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Sans, professor de natação, em seu trabalho

PRECONCEITO NO MERCADO DE TRABALHO

No entanto, o professor conta que sentiu dificuldade para conseguir emprego em escolas e academias. Ele explica que muitas instituições tratam o corpo do profissional como uma vitrine, e agem como se pessoas gordas não fossem capacitadas para a profissão, o que pode afastar os alunos que não encontram segurança para aprender um esporte.

“Se o professor não tem um corpo considerado ‘bom’ ou padrão, as empresas negam empregos por conta da aparência. Muitas vezes fiz testes para uma vaga para a qual eu tinha domínio técnico e sabia executar, e mesmo assim fui recusado”, lamenta.

Sams acredita que é importante continuar persistindo, especialmente quando se tem um propósito e é uma área que se ama. “Muitas vezes é necessário mostrar que você também treina e sabe o que está fazendo. Insistir é importante, assim como não ter vergonha do seu corpo”, aconselha.

O resultado em investir nesse trabalho é garantido e um grande impacto positivo para quem faz suas aulas: “Sou apaixonado pelo que faço, pois consigo ver a evolução dos meus alunos e é isso que me dá satisfação”.

SAÚDE E PRÁTICA DE ESPORTE

Sans destaca que realizar atividades físicas sem focar na parte estética faz toda diferença. “A OMS define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas ausência de doença ou enfermidade”, explica. Por isso, buscar um esporte pode trazer equilíbrio para diversas áreas da vida.

Para quem quer saber por onde começar, o professor aconselha experimentar e testar possibilidades de acordo com a sua personalidade: “Experimente e tenha paciência, pois em algum momento você irá se apaixonar por algum esporte e será mais fácil se manter motivado”.

Além disso, Sans lembra da importância de focar em si mesmo no momento da prática de esportes, até mesmo como uma forma de lutar contra a gordofobia. “Sempre existirão dificuldades e preconceitos, mas isso não pode ser maior que seu bem-estar”, reforça.

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