O termo Midsize ganha cada vez mais espaço no Brasil e começou a ser difundido recentemente. Com origem norte-americana, ele passou a ser utilizado na internet em 2016, quando a comediante Amy Schumer declarou ser a favor de todos os tipos de corpos e disse que acreditava ser preciso reconhecer a existência de corpos além de magros e gordos.
A influenciadora brasiliense Nanna Fernandes, 29, conquistou espaço na internet por ser uma das pioneiras a falar sobre moda midsize no Instagram @nannoca. Ela explica que o termo é usado para definir tamanhos medianos de roupas, geralmente do 44 ao 50. Além disso, considera um biotipo mais curvilíneo e de acordo com o corpo de cada pessoa.
A influenciadora explica que não se via nas mulheres magras, nem nas mulheres gordas maiores, mas conta que foi ao encontrar uma reportagem em inglês na internet que decidiu se aprofundar, seguindo criadoras de conteúdo estrangeiras, para entender melhor seu próprio corpo.
Nanna completa: “São pessoas com corpos semelhantes ao meu falando de autoestima, autoaceitação, body positive. Mudou todo rumo da minha trajetória e foi o empurrão que eu precisava para conseguir me libertar de questões estéticas”.
MERCADO PLUS E MIDSIZE
As marcas autorais focadas na produção plus size já tem notado a procura crescente por tamanhos considerados “midsize”. Patrícia Robortella, 48, criadora da marca de moda sustentável paulistana Fruta Pão, conta que tem aumentado a procura pelos tamanhos a partir do 42-44: “Sinto que as marcas tradicionais estão diminuindo ainda mais os tamanhos e que pode existir o receio de provarem o maior número e não servir.”
O atendimento e acolhimento encontrado em marcas plus size também faz a diferença. “O ambiente de algumas marcas tradicionais não é tão acolhedor como o das marcas plus size, especialmente para quem está no limite das grades de tamanho”, explica.
Ana Paula, criadora da gaúcha Anabah, marca com estilo inspirado no rock dos anos 1980, aponta: “Na produção do Pop Plus de dezembro de 2021, nos organizamos para vender do 52 para cima e fomos surpreendidos com a maior parte das vendas sendo do tamanho 52 para baixo”.
MODELAGEM PARA TODOS OS CORPOS
De acordo com Ana Paula, uma justificativa para esse movimento está, especialmente, em uma boa modelagem: “A confecção plus size acompanha as curvas das mulheres reais e as clientes estão cansadas de não encontrarem roupas com as quais se sintam bonitas, sem ficarem apertadas em alguma parte do corpo”.
A grade de tamanhos da Anabah foi ampliada para atender do 36 ao 60, dando a possibilidade para que as consumidoras escolham a peça que fica melhor no corpo dela, seja mais justa ou mais larga. “Eu mesma cansei de experimentar roupas em fast fashion, elas simplesmente não ficam bem no meu corpo”, desabafa.
Para Ana, essa dor sempre existiu, mas agora as pessoas começaram a se dar conta de que elas podem encontrar roupas no plus size, entender qual tamanho é atendido e o que isso representa.
GORDOFOBIA
Há uma diferença entre o que pessoas de corpos não-magros passam em relação à gordofobia. Flávia Durante, criadora da feira Pop Plus., esclarece: “A nossa sociedade é gordofóbica então isso vai permear todos os setores da sociedade, mas gordofobia é um preconceito institucionalizado contra pessoas gordas. Pressão estética sofremos todos, principalmente mulheres. Gordofobia é sobre restrição de direitos e envolve várias questões, como falta de acessibilidade na moda, na saúde, no transporte e no mercado de trabalho, entre outras”.
Para Nanna, discutir sobre o termo é, também, fazer uma moda mais justa, diversa e acessível: “O midsize na moda traz justamente o sentimento de pertencimento e representatividade, como mais um leque de possibilidades de tamanhos e caimentos de roupa para abraçar corpos diversos. A moda é política, é arte, é uma forma de expressão. O ato de se vestir está ligado a descobrir quem você é”.
REPRESENTATIVIDADE E AUTOESTIMA
A criadora de conteúdo também mostra que através do termo é possível entender e aprender sobre seu corpo e biotipo, o que interfere positivamente na forma como alguém se enxerga: “Consigo buscar referências de mulheres parecidas comigo e me sentir bem em entender que é possível gostar do meu corpo”.
“É importante frisar que assim como o termo ‘plus size’ é mercadológico, criado para facilitar a busca de roupas, o termo ‘midsize’ também é, nada mais do que isso. Pessoas são gordas, magras, curvilíneas, musculosas… Pessoas são diversas, não são ‘plus size’ ou ‘midsize’. Mas todas devem ser acolhidas com respeito pelo mercado da moda”, finaliza Flávia Durante.
—
Quer descobrir mais possibilidades de marcas e estilos diversos para se vestir e ser exatamente quem você é? Conheça o Pop Plus!
Pop Plus # 32 – 10 anos
Quando: 10 e 11 de dezembro, sábado e domingo, das 11h às 20h
Onde: Av. Paulista, 735 (Club Homs – Metrô Brigadeiro – Linha Verde)
Quanto: ENTRADA GRATUITA (sem inscrição, evento de varejo)
Evento: https://bit.ly/popplus32
Site: www.popplus.com.br
Instagram/Twitter/Facebook: @popplusbr
YouTube/Pinterest: /popplus
Idealização e curadoria: @cenapop
Produção: @artshineeventos
Arte: @barneditorial