O Pop Plus sempre foi um espaço que defende a diversidade e inclusão e busca que todos tenham suas necessidades e dignidades respeitadas, mostrando que moda, música e autoestima se relacionam. As apresentações artísticas de dança e performances, por exemplo, são uma forma de demonstrar que o corpo gordo é capaz de ocupar qualquer espaço.
Por isso, a escolha dos DJs não seria diferente: para comemorar os 10 anos de Pop Plus e compartilhar as histórias de quem construiu essa trajetória com a gente, conversamos com Gina Yamamoto sobre representatividade, música e autoestima.
Gina Yamamoto atua como DJ e performer desde 2015, quando queria aumentar o leque de opções de trabalhos nas baladas de São Paulo, mas conta que a música fez parte da sua vida desde criança. “As outras crianças queriam brinquedos, eu queria discman e CDs. Minha paixão por playlists vem dessa época”, relembra.
Ela conta que aprendeu a gravar os próprios CDs com as músicas favoritas de cada momento e que, além disso, sempre gostou de arte e maquiagem, mostrando que moda, música e autoestima se relaciona em diversos momentos e que são espaços capazes de proporcionar acolhimento e liberdade para ser quem se é.
MÚSICA NO POP PLUS
A primeira vez que participou do Pop Plus foi em setembro de 2015, em uma edição que acontecia na Barra Funda. “Foi surreal ver aquele espaço de aceitação tão grande e eclético”, se emociona. Gina conta que conheceu amigos que carrega até hoje, além das marcas incríveis. “Ouvi histórias inspiradoras de tanta gente, foi a melhor sensação para mim. Não consigo deixar de ir desde então”, confessa.
Ela conheceu o evento através do namorado, que apresentou um vídeo da Flávia Durante, criadora do Pop Plus, com a Rita Von Hunty. “Ele sugeriu que eu tocasse no evento e fez a ponte com a Flávia, que procurava DJs na época. Foi o casamento mais bem sucedido da história”, lembra.
Há sete anos no evento, Gina reforça a sensação de pertencimento que a feira proporciona. “Fazer parte do Pop Plus significa que consquistei meu espaço e pude conhecer um mundo incrível de pessoas que entendem meu corpo e minha imagem”, declara.
AUTOESTIMA E O POP PLUS
“Tenho muitos momentos marcantes no evento”, conta. “Participar de uma roda de conversa sobre pessoas gordas asiáticas foi uma delas, já que a sociedade japonesa é muito pautada por estereótipos. Ver que eu não sofria sozinha me fez entender que o problema era na sociedade, e não em mim”, desabafa.
“Me sinto livre para ser quem sou, porque ser a Gina me ensinou a ter amor próprio”
A DJ explica que seu papel é trazer representatividade apresentando uma drag que é gorda, asiática e empoderada, que pode ocupar um espaço que antes não existia na cena artística. “Me sinto livre para ser quem sou, porque ser a Gina me ensinou a ter amor próprio”, demonstra.
Gina entende que desenvolver o amor próprio é um caminho longo, que envolve autoconhecimento e uma relação duradoura e franca consigo mesmo. “Tudo ajuda nesse processo, mas é importante viver um pouco a cada dia, se conhecer e saber seus limites. Ninguém pode te dizer o que fazer e você só pode mudar algo quando sentir que aquele é o momento”, aconselha.
—
Gostou de conhecer a história de uma das nossas DJs e quer conhecer mais do seu trabalho? Siga Gina Yamamoto no Instagram instagram.com/ginayamamoto e aproveite para curtir uma das suas playlists dedicadas ao Pop Plus!