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Profissionalização do Mercado Plus Size: veja como foi o debate

“O que podemos fazer para melhorar e profissionalizar o mercado plus size?” foi a provocação feita pela Flávia Durante ao abrir o debate sobre “Profissionalização do Mercado Plus Size” realizado no sábado, 12/03, na 29ª edição do Pop Plus, com apoio da Ashua. A conversa foi mediada pela jornalista Mariana Cyrne e contou com  a modelo e estilista Débora Fernandes e a modelo e influencer La Robertita na composição da mesa.

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Para muitas influencers e criadoras de conteúdo, o Pop Plus funciona como um espaço de reconhecimento. Na abertura, Mariana lembrou que “só a gente que nunca encontrou roupa, que teve uma infância e adolescência gorda sabe a importância desse lugar e dessas lojas que às vezes, fazem das tripas coração para se manterem”.

Débora lembra que não se reconhecia como mulher gorda no seu primeiro desfile e que também não conseguia se apresentar como modelo plus size. No entanto, imaginar que se ela, que já estava no mercado, tinha dificuldade de encontrar informação sobre moda, para outras mulheres e lojistas poderia ser ainda mais difícil a motivou para levar seu conteúdo com profissionalismo. “Passei a pensar que se eu trabalhava com moda, podia de alguma forma mudar o mercado”.

Já Roberta conta que também começou como modelo e ainda ouvia muitos questionamentos como “mas gorda fotografa?”. Mesmo focando em sua carreira desde 2015, 2016, considera um tempo muito curto diante do mercado. “Eu renasci após o falecimento da minha mãe e comecei a produzir conteúdo no início da pandemia, a entender qual mulher eu sou e qual estilo queria propagar”. Ao pensar no mercado de luxo, ela reforça “sou brasileira, sou Silva. O Brasil produz, a gente tá pulsando. A gente fala de representatividade mas eu chego no evento de uma marca de luxo e só existe eu como mulher preta e gorda”.

“sou brasileira, sou Silva. O Brasil produz, a gente tá pulsando. A gente fala de representatividade mas eu chego no evento de uma marca de luxo e só existe eu como mulher preta e gorda”, La Robertita, modelo e influencer

Tanto Débora quanto Roberta tiveram uma demora para entender que seus hobbies poderiam ser seus trabalhos e não mais um passatempo enquanto exerciam outras funções e, no caso de Roberta, ter ido em busca de uma agência a ajudou a entender seu valor profissional, ainda que seja a única mulher gorda e negra em muitos ambientes.

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Ao falar de produção de conteúdo e plataformas, Roberta e Débora concordam sobre a necessidade de investir na criação de uma comunidade e em conhecer seu nicho. Para elas, nossa realidade é moldada pelas redes sociais e é interessante ter o controle do que você quer criar, sem se tornar refém de uma plataforma. Grupos em Telegram, Facebook, Google Web Stories e outros podem ser uma boa opção, já que, de acordo com Roberta “é como falar inglês: se torna uma obrigatoriedade para estar no mercado”.

Como dicas, as modelos destacam que é importante começar com o que você tem e atuar em cima do seu mercado. Dão sugestões, por exemplo, de looks do próprio guarda-roupa e de trabalhar em cima do seu nicho, seu público, entendendo com quem você quer dialogar, sobre o que você sente vontade e também descobrir qual é sua narrativa.

“Pense em marcas com as quais você gostaria de trabalhar e tente entender como a estética delas se encaixa com a sua”, exemplifica Débora, que também trabalha com lojistas e afirma que “[eles] sentem falta de alguém que saiba bater na porta e se vender de maneira correta”. Roberta confirma dizendo que falar de profissionalização do mercado plus size é falar de todas as pontas.

“Pense em marcas com as quais você gostaria de trabalhar e tente entender como a estética delas se encaixa com a sua”, Débora Fernandes, modelo, estilista e influencer

Quando questionadas sobre qual seria o mundo ideal, Roberta responde que o mundo ideal seria aquele que deveria existir, falando desde a possibilidade de peças no varejo, com lojas com tamanhos diversos, modelistas, vendedores, criadores e social media gordos para que exista, de fato, diversidade. Mariana também reforça que falta as marcas ouvirem as pessoas, pois “estamos cansados dos mesmos modelos, estilos e padronizações”.

Roberta lembra que, como mulher gorda e preta, precisa se esforçar três vezes mais para ter algum resultado. “Quanto mais recorte você tem, mais você precisa se esforçar. Eu desejo muita resistência e uma boa rede de apoio pra quem quer criar conteúdo”, finaliza.

O arquivo do debate pode ser visto em nosso Instagram @popplusbr ou abaixo.

 

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